O futuro do audiovisual

As produções audiovisuais e as grandes tendências para o futuro

| EPTV -

O setor audiovisual tem se tornado um instrumento indispensável. As novas tecnologias para produção de conteúdo estão transformando o cotidiano das pessoas e dominando o cenário da comunicação. Hygor Amorim, CEO da produtora Oz, destaca o aumento de plataformas para marketing de conteúdo, que começaram a investir em produções próprias. "Há muita diversidade, os canais são divergentes. Vamos começar a ver comportamentos de plataformas que falam com nichos, um público específico. Exemplo é a Todesplay, uma plataforma que tem o propósito de valorizar os conteúdos de minorias. Acredito que a tendência é essa, ter um tema e um público muito bem definido". 

Entre as diversas plataformas de conteúdo audiovisual, os streamings vêm fazendo um grande sucesso. A pandemia contribui para esse boom das plataformas VOD (Vídeo On Demand), uma pesquisa da Kantar IBOPE Media, mostrou que 58% dos usuários de internet disseram que viram mais vídeo e TV online em streaming pago durante os períodos de isolamento. Para Hygor, esse crescimento dos streamings resultou em um número alto de serviços."Hoje é muito vasto as opções de plataformas e o marketing share de cada uma é pequeno para a quantidade ofertada. Por isso, acredito que haverá uma mudança. Talvez um grande player comprando os menores ou serviços complementares que possibilitam a compra apenas do conteúdo escolhido pelo consumidor", comenta ele.  

Hygor Amorim, CEO da produtora Oz.

Quando se fala no futuro do conteúdo on-line, é preciso ampliar o debate sobre a produção de vídeos curtos, rápidos e voltados para dispositivos móveis. Recentemente, um serviço de streaming chamado Quibi foi lançado, mas não obteve sucesso. A ideia era apostar em formatos de vídeo diferenciados. Em vez de produzir conteúdo apenas na horizontal, o conteúdo poderia ser consumido na vertical, além de serem pensados em pílulas de 10 minutos, tornando o consumo ideal para casos de distração rápida. As apostas foram altas. O Quibi recebeu quase US$ 2 bilhões em investimentos para alavancar seu lançamento e financiar a produção de conteúdo original. Mas em pouco tempo de estreia, o produto foi considerado um fracasso. Um dos motivos foi que com as pessoas presas em casa por causa da pandemia, o serviço pensado para o uso em celulares é afetado quando todos têm em suas casas à disposição uma televisão e mais tempo para consumir vídeos longos.    

Para Hygor, a empresa pode ter fracassado e cometido muitos erros, como a falta de divulgação frente à grande concorrência. Ele também destaca que na próxima década, os conteúdos para smartphone poderão ser relevantes. "Eu acredito que o formato para celular será diluído para outras telas como as de tecnologia vestível. A própria Apple vai lançar daqui um tempo os óculos de realidade aumentada além de conteúdos para o Apple Watch. Então, é difícil apostar no formato vertical, porque ele só é sustentado pela tela do celular, ou seja, se isso cair, esse modelo fica insustentável", alerta ele.

Acesse aqui a continuação do especial Futuro da Comunicação: Comunicação e Tecnologia.