Cada um no seu carro: setor automotivo confirma tendência e novos hábitos e mantém crescimento das vendas

Com a retomada das atividades cotidianas, o automóvel passou a ser um local seguro para transporte e lazer da família

| EPTV -

O setor automotivo vinha se recuperando desde 2018, e tinha uma excelente perspectiva para o ano de 2020. A pandemia causou o isolamento social e a instabilidade econômica, estagnando as vendas. Entretanto, quem já tinha a intenção de trocar ou adquirir seu primeiro veículo em 2020, apenas adiou os planos para o momento mais oportuno, gerando uma demanda represada que, neste momento de reabertura, tem elevado consideravelmente as vendas, principalmente dos chamados veículos de passeio, tanto novos quanto seminovos. Até mesmo o mercado de veículos usados, acima de 10 anos de uso, tem demonstrado recuperação. 

Além da chamada demanda represada, há ainda uma demanda não prevista inicialmente que é a das pessoas que estão retomando seu cotidiano, voltando ao trabalho em escritórios e empresas, buscando lazer e viagens, mas querem evitar o transporte público visando manter a segurança em relação à pandemia. 

O automóvel passou a ser um ambiente seguro para estar, pois evita a aglomeração do transporte público, e pode ser utilizado também para o lazer, com cinemas e shows ao modelo drive-in, bem como para viajar em família, para localidades próximas, ao ar livre, que são consideradas de baixo risco à saúde. 

Há também a busca de modelos para trabalho em transporte por aplicativo. Com o desemprego, a alternativa para muitas pessoas tem sido partir para esse tipo de prestação de serviço. Entretanto, os aplicativos de transporte possuem algumas exigências em relação aos veículos utilizados, tais como tempo de uso, ar condicionado, número de portas, o que faz com que estes veículos obrigatoriamente sejam novos ou seminovos. 

Dados confirmam aquecimento do setor 

Segundo os dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram 102.400 emplacamentos em junho, 134.944 em julho e 142.046 em agosto, sinalizando o aumento gradativo das vendas. Já para o segmento de usados foram 459.621 negócios realizados em junho, 706.386 em julho e 778.000 em agosto, confirmando a tendência. O mês de junho, primeiro do reaquecimento dos negócios, foi o que apresentou os números mais impressionantes, com um aumento de 116,7% na venda de veículos novos em relação ao mês de maio e o registro de um recorde histórico de 132% de aumento nas vendas gerais em relação ao mês anterior. Naturalmente, os números acumulados do ano ainda estão negativos, no entanto, a perspectiva de igualar as vendas ao ano de 2019, significa que muitos negócios ainda serão feitos nos próximos meses. 

Já em setembro, as vendas de veículos novos no País, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, somaram 207,7 mil unidades no mês, com alta de 13,3% na comparação com agosto. No acumulado de janeiro a setembro, as vendas de veículos, num total de 1,37 milhão de unidades, mostraram queda de 32,3% frente o volume dos nove primeiros meses de 2019. 

O momento é oportuno, os seminovos passaram por desvalorização, o que favorece as vendas, já que os valores são mais competitivos, e no caso dos veículos novos, há estoque nos pátios das montadoras que são capazes de atender à demanda pelos próximos 60 dias. Essa é a hora para alavancar as vendas do setor. Demanda de compradores, oferta de veículos e queda de preço dos usados: tudo favorece a retomada, com a promessa de um 2021 ainda melhor. 

O BREAK entrevistou empresários do segmento automotivo que destacam a importância de uma boa gestão no setor e de promoção de experiência para o cliente. 

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