Uma nova velha forma de ver a publicidade

Por Alexandre Prado

| EPTV -

A arte de persuadir mudou; mudou para o que sempre foi, ou deveria ter sido. 

Então te prometeram anúncios que fariam o cliente comprar, certo? Então te disseram que se você anunciasse convenceria o cliente a comprar de você e não do seu concorrente? E disseram ainda que se sua campanha fosse criativa ele não resistiria e acabaria levando mesmo que por impulso, correto? 

Pois é, ou você entendeu errado, ou te explicaram errado ou você e seu publicitário (ou marketeiro) de plantão não sabiam bem como essa coisa toda funciona.  

Hoje em dia, em tempos de métricas, de aumento brutal da concorrência, em que você disputa a venda com empresas e profissionais de todo o planeta, com o imediatismo dos clientes e seus cancelamentos (sim, as pessoas também cancelam marcas, produtos, serviços e empresas, de uma forma ainda mais cruel, pois o fazem em silêncio, apenas param de comprar), os empresários e profissionais de todos os segmentos estão percebendo (antes tarde do que nunca), que jamais convencem o consumidor a fazer nada. Na verdade, o processo é inverso, o consumidor é que sempre precisou de algo e "comprou o que mais se aproximava dessa sua necessidade". E se você não tinha consciência disso, sorte sua se foi o seu produto ou serviço escolhido naquele momento. 

Ao invés de gastar milhares, ou até milhões de reais no esforço de convencer consumidores a comprarem seus produtos e serviços, as marcas (entenda-se: empresas, profissionais liberais, produtos, pastores, influenciadores, etc) precisam acordar para o fato de que elas devem é "entender" o que procuram esses consumidores e entregar a eles o que conseguirem de melhor e que mais se aproxime de seus sonhos. Feito isso, o desafio da publicidade não é o de persuadir, mas sim o de informar porquê tais vantagens mais se aproximam dos desejos dos consumidores que as vantagens da concorrência.  

Parece óbvio, não? Pois é, mas o óbvio precisa ser dito e sua incompreensão quebra negócios cada vez mais e mais rápido, todos os dias. Ou você nunca se colocou na condição de "querer convencer ao cliente de que seu produto ou serviço é bom"? Ah! Mas isso é normal, você pode afirmar. Não, não é. O normal é seu cliente por si mesmo entender a relevância do que você faz ou vende e a publicidade da forma mais criativa, rápida, inteligente e econômica fazê-lo perceber que você existe, onde você está, os benefícios que tem em comprar de você e como encontrá-lo (executar a compra).

Enquanto você tiver a mentalidade de que tem um produto ou serviço e seu "departamento de vendas" precisa convencer seu cliente a comprar, meu amigo, você estará andando em uma corda bamba perigosa. 

Transitando de "rafista" (um desenhista que rabiscava o esboço da campanha) até consultor de marketing nas últimas 3 décadas e, assinando
campanhas nacionais, assim como atendendo pequenas e grandes marcas, posso lhe dizer com certa segurança que "o anunciar de quase nada adianta", e cada vez mais assim será sem uma inteligência de comunicação e marketing muito sólida para o seu negócio. 

E não importa se a plataforma de comunicação é digital, se o anúncio é na TV aberta ou no aplicativo (ou em ambos), se você fez direitinho o "copy" (que nada mais é do que a boa e velha redação publicitária) ou se você contratou um ator famoso. Você não convencerá ninguém com sua campanha se não tiver o produto certo, os serviços certos e se isso não estiver alinhado às mensagens relevantes e claras nas mídias certas. Entretanto, sabendo exatamente como posicionar sua marca (novamente, seu produto, serviço, posicionamento político, etc), o mercado
será seu. Então, mãos à obra, faça isso direito, seja para voltar, continuar ou crescer no novo bom e velho mercado. 

Alexandre Prado é Consultor de Marketing e Comunicação na Realize Propaganda, em Varginha (MG)